De palácio a museu
O Palácio dos Biscainhos localiza-se na rua que lhe deu o nome, numa alusão aos artífices vindos da Biscaia, que aqui se instalaram, no século XVI, e que trabalharam na valorização urbanística de Braga.
A construção desta casa iniciou-se com Constantino Ribeiro do Lago, no séc. XVII, e foi ampliada, pelo então Deão do Cabido da Sé, D. Francisco Pereira da Silva, entre finais desse mesmo século e meados do seguinte.
A quando da morte do Deão, em 1748, e por testamento, o Palácio é herdado pelo seu irmão Diogo Sousa e Silva, casado com D. Catarina Teresa Montenegro Lemos de Sottomayor, tendo como filha D. Antónia de Sousa da Silva Montenegro.
D. Antónia casa-se com D. António Pereira de Pinto Eça (1708-1771), que herdam o Palácio e promovem obras de requalificação especialmente ao nível do jardim e da fachada nascente.
Estes têm como filha e herdeira D. Catarina Teresa Fortunata Pereira Pinto de Eça Montenegro, que se casa com João Pereira Forjaz Coutinho, tendo como filha Maria Angelina Pereira Pinto Forjaz de Eça Montenegro. É com D. Maria Angelina e o seu casamento com o seu primo Damião Pereira da Silva Menezes e Noronha, 6º Senhor de Bertiandos, que os dois morgadios, dos Biscainhos e Bertiandos se juntam. Desta união irá nascer em 1797 o 1º conde de Bertiandos, D. Gonçalo Pereira da Silva Sousa e Menezes.
Quando o 1º conde de Bertiandos falece é herdeira do titulo e morgadios D. Joana Maria Pereira da Silva de Sousa Menezes ( 1827-1896), que se casa Sebastião Correia Sá Menezes, nascendo desta união vários filhos, entre as quais D. Maria da Conceição Eugénia que contrai matrimónio com o 2º Visconde de Paço de Nespereira.
Deste matrimónio nasce D. Gaspar Lobo Machado do Amaral Cardoso Menezes, 3º Visconde de Paço de Nespereira, que herdará o Palácio à morte dos seus pais.
A 24 de fevereiro de 1954 a Junta da Província do Minho apresentou uma proposta para a criação de um museu. A concretização deste projeto viabilizou-se a 25 de março de 1963, com a aquisição pelo Estado do Palácio dos Biscainhos, ao 3º Visconde de Paço de Nespereira, antes da sua morte em 1963 e em 1964, após obras de recuperação, o cónego Arlindo Ribeiro da Cunha iniciou o processo de formação do acervo do Museu.
O programa museológico inicial foi da responsabilidade de uma comissão instaladora constituída pelas conservadoras Maria Emília Amaral Teixeira e Maria Clementina Quaresma e pelo arquiteto Roberto Leão.
O Museu dos Biscainhos abriu ao público a 11 de fevereiro de 1978, passando a ser tutelado pela Administração Central a partir de 17 de março de 1987.
Este Património setecentista é classificado de Interesse Público pelo decreto nº37.366 de 5 de abril de 1949.